
Em 1971, Dão já fazia parte daquela geração predestinada ao sucesso, um plantel prata da casa, que sob os comandos iniciais de Zezinho Ibiapino, e posteriormente de Zé Lima - ambos, ex-jogadores do clube - iriam colocar muitas faixas no peito e levantar seguidas vezes taças e troféus: Eram os garotos de Zé Pinheiro, supervisionados, pelo então jovem e promissor José Santos.
No início da carreira Dão jogava de lateral direito e era reserva de Miro, estando no banco naquela decisão espetacular, vencida de virada em cima do Botafogo – então tri-campeão - por dois tentos a um, em jogo disputado no antigo estádio Olímpico do Boi Só; gols marcados por Ferreira, para o Belo, Toínho Macau e Edgar para a Raposa. Este título serviu de alicerce e afirmação para os seguintes e sucessivos que viriam.
Em 1972, já sob o comando técnico de Zé Lima, Dão foi efetivado na meia-esquerda do time e passou a ser peça chave daquela geração vitoriosa. Ganharam o bi-campeonato em cima do Treze, dentro do Presidente Vargas. Dão foi escolhido o melhor atleta da competição em sua posição.
Neste mesmo ano de 1972, os garotos de Zé Pinheiro conquistaram o vice-campeonato da Copa Norte Nordeste, ao perderem nas penalidades máximas para o Sampaio Correia, jogo realizado no estádio Nhozinho Santos, em São Luis do Maranhão. Até hoje não se sabe qual o motivo da partida final ter sido jogada na terra de José Sarney, pois a equipe paraibana havia realizado uma campanha bem superior e conseguido somar mais pontos do que o clube boliviano. Coisas do nosso futebol.
A história se repetiu em 1973, com o tri-campeonato, tendo como decisão da competição o clássico dos maiorais Campinense e Treze, e a raposa venceu por três tentos a zero, sendo o primeiro gol marcado por Dão, encobrindo o goleiro Pereira. E como não poderia deixar de ser, foi o nosso homenageado, novamente, escolhido pela crônica como o melhor meia - esquerda da temporada.
E como diz o ditado popular, em time vencedor não se mexe. E foi assim na temporada de 1974, com Zé Lima como técnico, Zé Santos como supervisor a mesma equipe partiu para cima dos adversários, vencendo todos e conquistando o tetra-campeonato, mais uma vez em cima se seu maior rival, o Galo da Borborema. Novamente Dão marcou no jogo final vencido por dois a um.
Em 1975, mantendo a mesma equipe, treinador e supervisor, já nos gramados dos estádios novos – o nosso homenageado participou da partida inaugural do Amigão - aquela geração inigualável conquistou o penta-campeonato, título que foi dividido com o Botafogo da capital. Registre-se, que Dão foi penta campeão participando das cinco competições e possuindo apenas 21 anos de idade.
Em janeiro de 1976, aquele ainda jovem na idade e experiente dentro das quatro linhas, que sempre dispensou muito amor e dedicação ao clube, momentaneamente se afastou da raposa e assumiu como funcionário do Banco do Brasil, pois naquela época futebol era jogado com muita técnica, disposição e suor... mas financeiramente não compensava para os seus protagonistas.
Em 1977, para alegria e satisfação do torcedor paraibano e em especial da raposa, Dão conseguiu ser transferido para Campina Grande e conciliar o seu trabalho no banco com o futebol, jogando mais uns dois anos com o manto rubro-negro. Porém já não havia o entrosamento, a cumplicidade e o amor do início da década, os tempos eram outros.
Em 1982, a convite, disputou o campeonato brasileiro com a camisa do Treze Futebol Clube, sendo um dos destaques daquele time do galo. Foi quando resolveu abandonar os gramados e dedicar-se mais ao seu futuro no Banco do Brasil. Com as cores do BB ele também foi vitorioso nas quadras de futebol de salão.
Hoje, com a experiência de quem já esteve dentro das quatro linhas - jogando como lateral, meia e até de centroavante – servindo, armando e marcando bonitos e decisivos gols, Dão comenta futebol nos microfones da potente Rádio Cariri de Campina Grande.
Hoje, com a experiência de quem já esteve dentro das quatro linhas - jogando como lateral, meia e até de centroavante – servindo, armando e marcando bonitos e decisivos gols, Dão comenta futebol nos microfones da potente Rádio Cariri de Campina Grande.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas ficou a certeza de que João Jacinto Barreto, o popular “Dão”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Serpa Di Lorenzo
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